segunda-feira, outubro 30, 2006

Problema de Habite-se

É amigo, parece que meu "habite-se" está para ser cassado. O que pode se transformar num grande problema se isso quiser dizer que eu não posso habitar mais. A pessoa, desde que nasce, desenvolve o hábito de habitar (seh?) a casa em que mora. De repente, ter esse direito cassado, pode trazer conseqüências psicológicas que eu não chego perto nem com uma vara de dez metros.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Por Dentro do Íbis Karlim

A reportagem desse periódico agarrou com unhas e dentes a oportunidade de conhecer as instalações de um dos hotéis mais luxuosos e exclusivos do mundo, o glorioso Íbis Karlim.

Em primeiro lugar, a localização do hotel é secreta. Ninguém sabe nem sequer em que país o hotel está localizado. A coisa começa por aí. Recebemos, em nossa redação, uma carta-convite para uma estadia de quatro dias e quatro noites no famoso hotel. Obviamente, como adoramos aceitar convites, aceitamos este também. Não havia número para confirmarmos o aceite. A indicação era deixar uma carta de próprio punho escrita de baixo da porta. Deixamos. No dia seguinte, a carta havia sido recolhida.

As horas que se sucederam foram de profunda expectativa, já que não sabíamos se nossa carta havia, de fato, chegado às mão de quem-quer-que-seja que ela precisava chegar. Bebemos muito chá, tomamos muita sopa e roemos as unhas uns dos outros. Eventualmente fomos agraciados com a boa notícia, quando uma comitiva do referido hotel chegou à nossa redação.

Fomos informados que seríamos a primeira equipe de jornalistas a ser aceita nas dependências do glorioso hotel, tudo isso em reconhecimento ao jornalismo-investigativo de qualidade que a Folha Noturna tem produzido através dos anos.

Empacotamos meia-dúzia de cuecas e nos mandamos. Para preservar o segredo da localização do hotel, assim que entremos nas limosines blindadas que iriam nos transportar, fomos vendados por vendadores profissionais da escandinava, para que não pudéssemos, depois refazer o caminho para o hotel sem sermos convidados. Felizmente, quando chegamos ao aeroporto, a segurança achou estranho que estivéssemos vendados e obrigou nosso guia a removê-las de nossa face. Bem-feito, pensei eu.
Num dia desses estava me lembrando da saudosa Berlim. Não dessa Berlim de hoje em dia, mas da Berlim daquele tempo... Daquele tempo saudoso, que segundo os peritos, não volta mais.

A Berlim de um milhão de pessoas. Acima de tudo, a Berlim do hotel Metrópole... O hotel em cujo subterrâneo as festas mais loucas e ensandecidas aconteciam noite adentro... Ah, Berlim...