sexta-feira, outubro 13, 2006

Por Dentro do Íbis Karlim

A reportagem desse periódico agarrou com unhas e dentes a oportunidade de conhecer as instalações de um dos hotéis mais luxuosos e exclusivos do mundo, o glorioso Íbis Karlim.

Em primeiro lugar, a localização do hotel é secreta. Ninguém sabe nem sequer em que país o hotel está localizado. A coisa começa por aí. Recebemos, em nossa redação, uma carta-convite para uma estadia de quatro dias e quatro noites no famoso hotel. Obviamente, como adoramos aceitar convites, aceitamos este também. Não havia número para confirmarmos o aceite. A indicação era deixar uma carta de próprio punho escrita de baixo da porta. Deixamos. No dia seguinte, a carta havia sido recolhida.

As horas que se sucederam foram de profunda expectativa, já que não sabíamos se nossa carta havia, de fato, chegado às mão de quem-quer-que-seja que ela precisava chegar. Bebemos muito chá, tomamos muita sopa e roemos as unhas uns dos outros. Eventualmente fomos agraciados com a boa notícia, quando uma comitiva do referido hotel chegou à nossa redação.

Fomos informados que seríamos a primeira equipe de jornalistas a ser aceita nas dependências do glorioso hotel, tudo isso em reconhecimento ao jornalismo-investigativo de qualidade que a Folha Noturna tem produzido através dos anos.

Empacotamos meia-dúzia de cuecas e nos mandamos. Para preservar o segredo da localização do hotel, assim que entremos nas limosines blindadas que iriam nos transportar, fomos vendados por vendadores profissionais da escandinava, para que não pudéssemos, depois refazer o caminho para o hotel sem sermos convidados. Felizmente, quando chegamos ao aeroporto, a segurança achou estranho que estivéssemos vendados e obrigou nosso guia a removê-las de nossa face. Bem-feito, pensei eu.

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